Viajar de avião está cada dia mais caro. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que o Querosene de Aviação acumula alta de mais de 70% desde o ano passado, superando de longe a alta da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
Infelizmente, a tendência de aumento deve continuar – diante da dolarização do petróleo, e principalmente, da guerra RússiaxUcrânia – criando um novo desafio para o setor de turismo. “Na hotelaria, os impactos já começaram com cancelamentos de reservas e diminuição da procura por receio dos custos do deslocamento”, ressalta Mariana Chetto, líder da equipe de Inteligência de Mercado na Téssera Hospitality, acrescentando que há uma crise econômica em curso.
Por outro lado, a especialista lembra que apesar do aumento de passagens e da redução da explosão de demanda pós covid, “viajar ainda está no topo da lista de prioridades das pessoas com maior capacidade financeira no momento e é preciso definir uma política de preço que leve em conta todo esse contexto para não haver desequilíbrio entre oferta e procura”.
Hoteleiro, fique atento!
Para quem já está pensando em como driblar, ou pelo menos diminuir, mais este impacto na receita, Mariana dá algumas dicas:
- Oferecer tarifas reduzidas para compra antecipada, que deve crescer diante da necessidade de maior planejamento para as viagens;
- Manter política de cancelamento flexível para viabilizar as vendas antecipadas;
- Reforçar a comunicação com informações sobre qual melhor época para viajar para o destino e outras opções de deslocamento, se houver;
- Segmentar comunicação para regiões mais próximas;
- Avaliar participação em fretamento e/ou fazer parceria com operadoras que têm acordo aéreo.
Como primeiro passo para colocar essas estratégias em prática, ela destaca que “é importante ter em mente seu perfil de público – principalmente em relação à capacidade financeira e mercado emissor – e quem são os parceiros que mais podem ajudar nas vendas”. Com informação de qualidade, baseada em dados confiáveis e planejamento estratégico, é possível reduzir consideravelmente os impactos negativos desse novo desafio.